Dólar supera R$5,28 em sessão volátil marcada por ruído fiscal Por Reuters
© Reuters. Temores fiscais domésticos elevam dólar ante real 26/03/2015. REUTERS/Gary Cameron/File Photo
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O apresentava volatilidade nesta segunda-feira e chegou a superar os 5,28 reais nas máximas do pregão, em mais um dia marcado por ruídos fiscais domésticos.
Às 11:45, o dólar avançava 0,72%, a 5,2720 reais na venda, depois de oscilar entre 5,2832 reais na máxima do pregão, alta de 0,93%, e 5,2300 na mínima, queda de 0,08%.
“O aumento dos riscos político e fiscal dominou o cenário e deixou em segundo plano a aprovação do Projeto de Lei que permite a privatização (dos) Correios e a urgência da votação da Reforma do Imposto de Renda”, escreveram em nota analistas da Genial Investimentos.
Fornecendo combustível ao ruído fiscal, o presidente Jair Bolsonaro tem repetido constantemente sua intenção de elevar o valor do Bolsa Família. Nesta segunda-feira, ele entregou pessoalmente ao Congresso medida provisória com as alterações no programa Bolsa Família, ainda sem o valor do reajuste.
Além dos temores dos mercados sobre o aumento dos gastos federais com auxílio à população, visto por muitos investidores como uma guinada populista do presidente em meio à queda em sua popularidade, a tentativa do governo de alterar o pagamento de precatórios também continuava no radar.
Bolsonaro prometeu enviar ainda nesta tarde o texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permite parcelamento das dívidas de precatórios devidos pelo governo. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda que, com a PEC, o governo ataca frontalmente o problema dos precatórios e passa a disciplinar a execução do Orçamento.
Segundo os analistas da Genial, o noticiário em torno dos precatórios “mexeu com os preços dos ativos na medida em que gera dúvidas quanto à capacidade do governo de honrar seus compromissos financeiros”.
Enquanto isso, no exterior, o mostrou recuperação recentemente depois que fortes dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos encorajaram a antecipação de apostas sobre quando o Federal Reserve vai reduzir seu estímulo da pandemia.
Levando isso em consideração, “entendemos que os próximos meses serão de um dólar fortalecido ao redor dos mercados, o que, por consequência, reduz a atratividade do real”, disse o BTG Pactual (SA: ) em relatório.
“Os fatores tanto internacionais como nacionais, neste momento, nos impedem de afirmar que o cenário base (para o fim de 2021) é uma cotação do real abaixo de 5 (por dólar), mas ainda entendemos que a retomada da economia no segundo semestre a partir do célere ritmo de vacinação e as elevadas exportações brasileiras devem valorizar o real até o final deste ano”, acrescentou. A projeção base do banco é de um dólar cotado a 5 reais ao final de 2021.
Nesta manhã, o dólar apresentava leves ganhos contra , e rand sul-africano, divisas emergentes pares do real.
Na sexta-feira, o dólar spot teve alta de 0,35%, a 5,2343 reais na venda.
Dólar sobe para R$ 5,21 influenciado por fatores internos
Em um dia marcado por tensões internas, o dólar voltou a fechar acima de R$ 5,20, depois de cair mais de 1% durante a manhã. A bolsa de valores iniciou o dia em forte alta, mas terminou com leve queda.
O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (5) vendido a R$ 5,216, com alta de R$ 0,03 (0,57%). No início da sessão, o real chegou a ter o melhor desempenho entre as moedas de países emergentes, como dólar norte-americano caindo para R$ 5,11 por volta das 10h40. No entanto, a cotação passou a subir à medida que notícias internas influenciaram o mercado.
Processo semelhante ocorreu no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 121.633 pontos, com queda de 0,14%. O indicador chegou a subir 1,35% por volta das 10h40, influenciado pela divulgação do lucro de R$ 42,85 bilhões na Petrobras no segundo trimestre, revertendo o prejuízo do mesmo período de 2020. No entanto, o índice desacelerou à tarde e passou a cair.
As tensões políticas e as dúvidas sobre a estabilidade das contas públicas se contrapuseram ao otimismo do mercado internacional. As negociações em torno de um fundo que custearia despesas do novo Bolsa Família com a possibilidade de estar fora do teto de gastos provocaram instabilidade no mercado doméstico.
No meio da tarde, a apresentação do relatório no Senado que institui um novo Refis, programa especial de renegociação de dívidas de contribuintes. O projeto, que não tem o aval do Ministério da Economia, pode resultar em perda de arrecadação, segundo os investidores.
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Dólar fecha em alta após duas quedas e fica em R$ 5,213
O dólar fechou o dia de hoje a R$ 5,213. O valor representa uma alta de 0,41%, após dois dias consecutivos de queda.
Considerando a variação semanal, a alta é de 1,91%. Ao longo do mês, a moeda norte-americana subiu 4,82%. Porém, ao observar a variação anual o valor da divisa subiu 0,47%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
O mercado tem mostrado bastante volatilidade recentemente, em meio a relatos de pouco fluxo cambial, que tem deixado os negócios mais suscetíveis a oscilações mais dilatadas. Os investidores têm se debruçado principalmente sobre o cenário externo e a dança das cadeiras nos ministérios brasileiros.
Segundo o BTG Pactual, a tendência de longo prazo para o contrato míni de dólar ainda é de baixa, mas o ativo tem apresentado correção no curto prazo.
Bolsa
O Ibovespa seguiu o mesmo movimento da moeda americana e fechou o dia em alta. O pregão foi encerrado com a Bolsa batendo 126.146,66 pontos. O número representa uma alta de 0,17%.
Na Bovespa, os destaques ficaram com Locaweb (LWSA3), que teve a maior alta do dia, com um crescimento de 5,64%, e Banco Inter (BIDI11), ativo que mais caiu hoje, com uma redução de 2,49%.
No Brasil, a temporada de balanços deve ganhar ritmo apenas na próxima semana, mas nesta sexta-feira a Hypera abre o calendário do Ibovespa, com resultado após o fechamento.
O noticiário político brasileiro também é monitorado, após reportagem de O Estado de S. Paulo afirmando que o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, ameaçou o presidente da Câmara, Arthur Lira, com a não realização de eleições em 2022 caso a Casa não aprove o voto impresso.
Ambos negaram a reportagem, mas o jornal manteve a publicação. “Ainda temos um longo caminho até as eleições. Será um período tortuoso e turbulento. Eventos como esse devem entrar no radar dos investidores”, afirmou Dan Kawa, diretor de investimentos da TAG Investimentos.
(com Reuters)