PF faz operação contra empresa de bitcoins que oferecia pirâmide financeira
Fraudes bilionárias eram cometidas por meio de um esquema de pirâmide financeira; cerca de 120 agentes cumprem mandados de prisão e busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e no Distrito Federal
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A Polícia Federal (PF) fez buscas e cumprem mandados de prisão em pelo menos dois condomínios de alto luxo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira (25). A operação, em conjunto com a Receita Federal e com o Ministério Público Federal (MPF), tem o objetivo de desarticular uma organização criminosa que promete lucros incompatíveis com o mercado financeiro por meio do investimento em bitcoins, as moedas virtuais.
Segundo a investigação, uma empresa, com sede em Cabo Frio, na Região dos Lagos, é responsável por operar um esquema conhecido como pirâmide financeira, sem registro junto aos órgãos regulatórios.
O empresário Gladson Acácio dos Santos, dono da GAS Consultoria Bitcoin, está entre os presos nesta manhã. A defesa de Santos disse que o cliente nega fazer parte de esquema de pirâmide. Segundo ele, era ofertada uma operação financeira em criptomoedas e nenhum cliente ficou sem receber o pagamento. A defesa informou ainda que pretende entrar com um pedido de habeas corpus.
Segundo a PF, no entanto, a oferta aos clientes era de contratos de investimentos em criptomoedas com previsão de retorno insustentável sobre o valor investido. Os lucros oferecidos variavam entre 10 e 15%.
Nos últimos seis anos, a movimentação financeira das empresas envolvidas nas fraudes foi grande e aumentou consideravelmente nos últimos 12 meses, de acordo com as investigações.
Cerca de 120 policiais federais participaram da ação para cumprir sete mandados de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e no Distrito Federal.
Os investigados poderão responder, na medida das suas responsabilidades, pelos crimes de gestão fraudulenta/temerária, instituição financeira clandestina, emissão ilegal de valores mobiliários sem registro prévio, organização criminosa e lavagem de capitais. Se condenados, poderão cumprir pena de até 26 anos de prisão.
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A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (25) o dono da GAS Consultoria Bitcoin, Glaidson Acácio dos Santos. Ele é um dos alvos da Operação Kryptos, deflagrada hoje pela PF. No total, os agentes estão cumprindo dois mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão contra suspeitos de fraudes bilionárias com criptomoedas. As informações são do G1. Na mansão de Gladson a Polícia Federal apreendeu cerca de R$ 20 milhões em espécie. Foram encontrados também dólares e euros em espécie e até barras de ouro. Segundo a PF, os investigados são suspeitos de operar um esquema de Ponzi (pirâmide financeira).
O esquema era baseado na oferta pública de contrato de investimento, sem prévio registro nos órgãos regulatórios. Segundo a PF, a empresa especulava no mercado de criptomoedas, com uma previsão insustentável de retorno financeiro sobre o valor investido.
Nos últimos seis anos, a movimentação financeira dessas empresas chegou a cifras bilionárias .Os mandados, expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, estão sendo cumpridos em São Paulo, no Rio de Janeiro, Ceará e Distrito Federal. A investigação contou com apoio do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal. Além de Glaidson, um homem foi preso no Aeroporto de Guarulhos (SP), tentando fugir para Punta Cana, na República Dominicana.
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RIO — Logo após vir à tona a prisão do empresário Glaidson Acácio dos Santos, de 38 anos, dono da GAS Consultoria Bitcoin, consultores da empresa foram orientados a dizer para seus clientes que o homem havia sido liberado e que ele apenas foi à sede da Polícia Federal para prestar esclarecimentos. Em áudios e mensagens enviados por WhatsApp, os representantes da empresa afirmam que tudo não passou de um “mal-entendido”.
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Segundo a Polícia Federal, Glaidson faz parte de uma organização criminosa responsável por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas em Cabo Frio, na Região dos Lagos. A Justiça autorizou a prisão preventiva de Glaidson e outros seis envolvidos no esquema. Também foram expedidos mandados de prisão temporária para duas pessoas suspeitas de participarem da pirâmide.
Consultores dão informação falsa sobre liberdade de empresário Foto: Reprodução
No WhatsApp, muitas pessoas estão questionando a prisão do empresário. Enquanto uns se preocupam com os valores investidos, outros estão calmos após receberem mensagens afirmando que a prisão do homem é “falsa”.
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Em conversa com O GLOBO, um empresário de Cabo Frio afirmou que “os consultores estão tentando ludibriar os investigadores para que eles não retirem todo o dinheiro de uma hora para outra”, causando o desmoronamento da pirâmide.
Consultores dizem que empresário foi solto Foto: Reprodução
O empresário diz ainda que a prisão de Glaidson já causa reflexo em Arraial do Cabo, Iguaba Grande e Búzios - município onde dois funcionários de Glaidson foram presos há cerca de dois meses com R$ 7 milhões de reais.
— Todos estão desesperados com o que essa prisão pode causar.
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Na mira da PF
De acordo com a investigação, a empresa de Glaidson, com sede na Região dos Lagos, é responsável pela operacionalização de um sistema de pirâmides financeiras ou “esquemas de ponzi”, calcado na efetiva oferta pública de contrato de investimento, sem prévio registro junto aos órgãos regulatórios, vinculado à especulação no mercado de criptomoedas, com a previsão de insustentável retorno financeiro sobre o valor investido.
Nos últimos seis anos, a movimentação financeira das empresas envolvidas nas fraudes apresentou cifras bilionárias, sendo certo que aproximadamente 50% dessa movimentação ocorreu nos últimos 12 meses, diz a PF. Glaidson prometia lucros de 10% ao mês nos investimentos em bitcoins, mas os investigadores afirmam que a GAS nem sequer reaplicava os aportes em criptomoedas, enganando duplamente os investidores.